April 16, 2024No Comments

Deixar de investir em branding pode ter um custo alto, e quem está dizendo isso é a Adidas e o Airbnb

Por mais que seja cada vez mais explorado e seus resultados vistos, branding é assunto novo na indústria, e os profissionais de marketing ainda não sabem exatamente como equilibrar seus orçamentos entre performance e awareness

O investimento em marca traz resultados de médio e longo prazo, e nem sempre os executivos querem esperar por isso. Indo muito além de um logo, uma frase bonita para chamar de propósito ou uma paleta de cores memorável, branding na verdade é o que falam de você quando você sai da sala: a essência de uma marca, é o que a diferencia em um mar de opções. E nem sempre é fácil comunicar tudo isso, muito menos mensurar corretamente. 

Foi na busca de retornos imediatos que a Adidas se perdeu na curva. Famosa pelas suas três listras, construiu muito bem o seu reconhecimento de marca até o topo, porém parece que algumas estratégias se perderam nos últimos anos e a prioridade do branding ficou na sola. Quem está falando isso não somos só nós, mas o Diretor Global de Mídia da marca, Simon Peel. 

Em entrevista ao Marketing Week, ele admitiu que o foco na eficiência, e não na eficácia, levou a marca a concentrar-se apenas no ROI last click e a investir excessivamente em performance e no digital, em detrimento da construção de marca.

Nos últimos quatro anos, a Adidas tem trabalhado para mudar isso. Sob um foco renovado na geração do desejo, introduziu uma nova estrutura de campanha com narrativas emocionais e impulsionadoras da marca no centro. Esta foi uma tentativa de se conectar com os consumidores em torno de grandes campanhas, três ou quatro vezes por ano, enquanto, ao mesmo tempo, a Adidas veicula publicidade com uma mensagem racional.

Além disso, embora pensasse que apenas performance impulsionava as vendas no comércio eletrônico, na verdade, foi o reconhecimento de marca que impulsionou 65% das vendas no atacado, varejo e comércio eletrônico, enquanto a performance também impulsionou as vendas no atacado e no varejo.

Isto era um problema porque a divisão de publicidade era de 23% em marca e 77% em performance. No entanto, a nova mentalidade e consequente playbook recomenda que a divisão seja 60:40 a favor da marca.

Não por acaso, no Airbnb aconteceu algo bem similar: o CEO da empresa, Brian Chesky, admitiu que fez sentido migrar o investimento de marketing para reconhecimento de marca, e cita RP como o seu canal mais importante.

A empresa lançou a sua primeira campanha de marketing de marca em grande escala em cinco anos, no início de 2021, ‘Made Possible by Hosts’. Novos anúncios foram lançados durante o outono para continuar o impulso da campanha. Durante o quarto trimestre, o tráfego geral para a plataforma Airbnb aumentou quase 20% nos sete países onde a campanha foi veiculada, em comparação com o último trimestre de 2019. Isto foi significativamente à frente dos países não participantes da campanha, afirmou a empresa.

No entanto, quase 90% do tráfego do Airbnb permanece direto. Segundo Chesky, isso pode ser explicado pelos mais de meio milhão de artigos de imprensa publicados sobre o Airbnb só no ano passado.

Se as maiores crises de 2023 ensinaram alguma coisa à indústria da moda, é que as empresas negligenciam a identidade da sua marca por sua própria conta e risco.

A venda imediata da Farfetch à Coupang teve muitas causas, mas uma das principais foi a sua incapacidade de construir uma identidade de marca coesa, ao mesmo tempo que se firmava como uma liderança dominante no mercado de comércio eletrônico de luxo. A Allbirds, que vendia caminhões de tênis de lã por meio de anúncios onipresentes nas redes sociais, viu suas ações caírem para níveis recordes. A Amyris, que contava com celebridades para atrair consumidores para seus produtos de beleza, pediu falência em agosto.

Para sobreviver – e prosperar – no mercado atual, nada é mais importante do que o marketing que molda a reputação de longo prazo de uma marca. Ela pode ser onipresente nos feeds do Instagram ou do TikTok, mas sem um significado mais profundo por trás, essa visibilidade só levará a empresa até certo ponto.

O pessoal da Bits to Brands fez um compilado super bacana do que está IN e OUT em 2024 em termos de estratégia de marca: 

E por aí, qual a sua estratégia de branding para o restante do ano?

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Matérias que nos ajudaram a escrever esse artigo e que você pode gostar:

https://www.businessoffashion.com/articles/marketing-pr/why-2024-will-be-the-year-of-the-brand/
https://www.marketingweek.com/adidas-marketing-effectiveness/
https://www.marketingweek.com/airbnb-cfo-performance-brand/

February 7, 2024No Comments

Pensar na caixa. Alguém precisava. 

Há mais de uma década, transformando packaging em branding, e vice-versa.

Não é nosso aniversário, nem nenhuma data comemorativa de design ou qualquer coisa do gênero. Você pode entender como uma meta de Ano Novo ou um OKR, o fato é que sentimos vontade de compartilhar mais da nossa jornada e aprendizados nesses 13 anos de estúdio. Esperamos que você goste, comente e nos desafie para próximos conteúdos.

Falando em desafios, foi assim que começou o Sweety & Co. Hoje CEO e Diretora Criativa do estúdio, Isabela Rodrigues foi por muito tempo especialista em design digital de interfaces, trabalhando anos na Globo.com. Até que um dia, o design de embalagens despertou seu olhar de criadora e faro de empreendedora.

Seja como pioneira na internet, seja na redescoberta das embalagens, a Isa sempre foi movida pela inovação. Da sua trajetória, tiramos um grande ensinamento para o dia a dia aqui na SWT: pioneirismo não é só sobre a mais nova tecnologia, é sobre criar valor, é sobre perspectiva, é sobre ver algo que ainda ninguém notou.

Foi assim que Isabela viu nas embalagens muito mais do que simples recipientes, enxergou veículos poderosos para contar histórias e criar conexões emocionais com os consumidores. Cada design de embalagem que criamos é uma oportunidade de transmitir a essência e os valores de uma marca, combinando estética e funcionalidade de forma única e memorável.

Do packaging ao branding, e vice-versa. 

A nossa abordagem para embalagens sempre foi orientada pelo branding estratégico, o que significa que cada decisão de design é cuidadosamente alinhada com os objetivos e valores da marca. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos clientes para entender sua visão e público-alvo, desenvolvendo identidades visuais que se destacam no mercado e ressoam com os consumidores.

Em 2014, tivemos a confirmação de que estávamos no caminho certo com a premiação Dieline Awards. Um dos mais renomados prêmios de design e embalagem, nos colocou no mapa global do design e reforçou nossa reputação como destaque internacional do setor. Confira o projeto ganhador aqui. 

Brincamos que nascemos ao contrário, primeiro trabalhando para fora e só depois focamos no mercado brasileiro. Com orgulho, podemos dizer que alavancamos a presença nas gôndolas e conexão com consumidor de marca renomadas, como O Boticário, Zaffari, Enjoei, C&A. Cada projeto é uma oportunidade de explorar novas ideias e técnicas, resultando em embalagens que combinam funcionalidade, estética e storytelling de forma única. 

Até por isso, nossa fórmula SWT é diversificar a pauta entre empresas consolidadas e marcas emergentes, nacionais e internacionais, entregas pontuais e projetos robustos de ponta a ponta. É o modus operandi que recomendamos para manter o repertório sempre em crescimento, criatividade instigada e a acomodação bem longe do nosso estúdio.

Hoje, o nosso relato termina por aqui, mas a nossa conexão não. Comente, ligue, mande aquele e-mail ou apareça para um café para trocarmos ainda mais ideias.

November 13, 20179 Comments

Movimento 6h

todos felizes (embora p/b)

Não sou “dessas” de escrever. Poucas vezes fiz textão na minha vida, e nem mesmo com o nascimento da minha filha consegui achar as palavras certas para resumir a maior e mais forte emoção que já senti na minha vida. Invejo pessoas boas com palavras, tanto oralmente - numa palestra envolvente - como em redes sociais, num mundo onde todo mundo quer holofotes.

Mas, motivada por essa matéria aqui e provocada por um amigo designer, resolvi relatar como é o processo dentro do Sweety & Co. Ah, antes de mais nada, deixe eu me apresentar. Me chamo Isabela Rodrigues, sou sócia-fundadora-designer-diretora criativa e tudo mais o que o “dono/a” assume dentro do seu escritório, desde psicóloga até melhor amiga.

O SWT - como eu chamo carinhosamente e que, hoje, assumiu mais sua sigla do que seu próprio nome - surgiu há 6 anos, num momento no qual eu não conseguia mais atender à demanda de trabalho apenas como freelancer. Mais que pela minha vontade, nasceu pela necessidade de ter mais pessoas para me ajudar.

Eu adorava trabalhar em casa, de pantufas, com meu cachorro e meu marido.

Como freelancer, dormia até mais tarde, acordava e trabalhava noite adentro (meu horário preferido para trabalhar). O ciclo que vivi por um ano foi inacreditável e revigorante. Eu vinha de 10 anos de carteira assinada trabalhando das 10h às 19h como um robô. E ninguém quer ser robô. Muito menos numa área criativa.

Então, começaram a chegar muitos clientes falando inglês, francês, espanhol...um atrás do outro. Eu estava quase pirando: atendia, criava, fazia contratos e emitia notas fiscais. Não dava mais, estava infeliz de novo. Assim, o Sweety & Co. surgia.

Primeiramente ele surgiu como Isabela Rodrigues – Sweety Branding Studio. Meu sonho, o qual consigo manter até hoje, era de ter controle de tudo que acontecia dentro dele e ter pessoas felizes ao meu lado. Nada de trabalhar até tarde, virar noite, comer pizza. Acredito que o prazer e a felicidade refletem diretamente no resultado que temos. Gostaria também que as pessoas que trabalhassem comigo se sentissem exatamente como eu me sentia trabalhando de casa. E o próximo passo era elencar os motivos pelos quais eu me sentia tão bem nessa época home office.

E resumindo muito, mas muito mesmo, cheguei a seis pontos principais:

1. Eu estava com pessoas que amava, gostava e me sentia em casa (óbvio, eu estava em casa, né?)
2. Eu não tinha que ligar o despertador para acordar, meu corpo dizia que já estava descansado para o próximo dia.
3. Eu fazia meu almoço.
4. Eu não precisava pedir para meu chefe para sair mais cedo ou chegar mais tarde para resolver questões pessoais.
5. Eu vivia a semana e não esperava o final de semana para ser feliz.
6. Quando eu ligava o computador para trabalhar, eu já estava completamente acordada, não ficava enrolando até meu corpo e mente pegarem no tranco.

Daí, a partir desse sexto item, me deu um estalo (e desculpem meus chefes até então): eu sentia que as pessoas enrolavam muito pela manhã, inclusive eu. Chegava na agência às 10h ou 10h30, lia e-mails, tomava café, lia notícias, entrava no Facebook (que não era tão popularizado e polarizado na época, imagine hoje em dia) e assim perdia toda a manhã. Esperava chegar até o horário do almoço para sair e voltar 100% para começar a trabalhar. Duas horas jogadas fora.

Analisando tudo isso, me dei conta que era tão ou mais eficiente trabalhando apenas à tarde e que essas duas horas que eu “matava” me faziam falta para ser feliz.

A partir de todo esse retrospecto, formatei um modelo para aplicar no Sweety & Co.: iríamos trabalhar 6 horas. Das 13h às 19h. E o resultado foi muito positivo: nunca atrasamos nenhuma entrega e pouquíssimas vezes tivemos que trabalhar além das 19h.

Sempre que temos um cliente novo, avisamos sobre nossa forma de trabalho; portanto, reuniões, calls ou simplesmente um e-mail já são agendados e esperados pelo turno da tarde. Sem drama, tudo previamente acordado.

O que nos ajuda também, obviamente, é trabalhar com clientes de fora do país, que já tem um fuso horário completamente diferente do nosso e não importa para eles quando estamos trabalhando, e sim quando faremos as entregas.

Com os clientes aqui no Brasil, nunca tivemos nenhum tipo de aversão ou nariz torto. Por incrível que pareça, os clientes nos admiram.

E admiração é um passo para a revolução. 

Você passa a ter mais apoiadores e cada vez menos pessoas acham que você é um lunático ou apenas uma pessoa naïf.

Quanto à minha equipe, eles usufruem destas duas horas da forma que quiserem. Uns estudam, outros utilizam o tempo para fazer freela e projetos pessoais, e outros, simplesmente não fazem nada. Tem funcionado. Os vejo felizes, descansados e estimulados. Time feliz, estúdio saudável.


Minha posição sempre foi contrária a empresas que exploram funcionários dando em troca um prêmio ou um cliente novo numa prospecção. Nenhum funcionário está interessado nisso: prêmio é legal pra a agência ou estúdio, mas principalmente serve para usar como tagline na assinatura de email do atendimento. Empresas que trabalham nesse ritmo estão precisando diminuir projetos ou aumentar equipe.

É legal ver essa transformação acontecendo através da postura de chefes e/ou pessoas com cargos superiores, que é de onde ela tem que partir para que esse processo funcione. E é mais legal ainda saber que somos admirados pela forma “revolucionária” de trabalhar, que surgiu de uma pessoa que só queria dormir até mais tarde.

Com carinho,
Isabela Rodrigues

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